O ser humano, indisciplinado por natureza, pelo menos a se observar as atitudes de grande parte de nossos semelhantes, em especial aqueles que não tiveram a adequada e suficiente educação familiar. E não é necessário se aprofundar em analises para se chegar a essa conclusão. E, com base nessa constatação, é que nos vemos obrigados a questionar a forma indiscriminada com que se aplicam as multas, com a desculpa de ser o meio disciplinador de condutas.
No caso específico do trânsito somos sabedores que é de suma importância a aplicação disciplinar de multas, por ser um dos meios com o qual grande parte dos viventes não adequadamente educados, consegue frear seus impulsos contraventores e até agressores.
O que questionamos, entretanto, é a forma de aplicação dessas multas que hoje aparentam ter um caráter meramente arrecadador, com aparente prioridade de aumentar a renda do órgão em detrimento àquele carater educativo de um transito caótico que somos obrigados a enfrentar.
Tempos depois de a infração ter sido supostamente cometida, é que tomamos conhecimento de uma multo quando nem mais lembramos de como, por que e onde foi aplicada. Em grande parte dos casos temos até uma aparente certeza de não tê-la cometido. Contestar? É desgastante e quase impossível a obtenção de comprovações convincentes que somos inocentes. Irritados ou constrangidos pagamos e fim do processo.
E aí volto a questão inicial. Qual o real valor ou o que de positivo pode-se extrair desse processo?
O carater educativo foi p'ras cucuias, e nós, reles usuários desse sistema, certamente continuaremos a cometer as mesmas infrações, os mesmos erros. Não sentimos tocados com uma punição pela qual não ficamos concientizados de tê-la cometido.
Não estou com este questionamento fazendo apologia à isenção do pagamento de multas, mas contestando a forma de sua aplicação. Essas dúvidas são ampliadas quando nos deparamos com agentes de trânsito, até com certa frequência, de caderninho na mão e comumente posicionados de forma estratégicas para não serem facilmente vistos, a simplesmente anotar os veículos que supostamente cometeram ilícitudes.
A questão final e objetiva é indagar às autoridades competentes, se não seria mais producente a abordagem do veículo e, de forma educada e não autoritária, informar a sua infração, motivo para a multa que se está aplicando. É a conhecida e eficiente "patada de pelica" que deixa marcado de forma indelével o erro cometido contribuindo acentuadamente para educar para um transito melhor.
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