CRISE NA CÂMARA

O Início de Tudo
Desde que a Jornalista Maria Aparecida divulgou irregularidades na atuação do Prefeito Cristiano Matheus em Marechal (Atualidades nº 91 – Set 2009), começou a divisão na Câmara de Vereadores. Na ocasião os nove vereadores se colocaram contrários ao chefe do executivo chegando ao fato inédito de assinarem unanimemente um documento declarando que não seguiriam seus passos políticos. Um afago aqui (leia-se favores ou trocados), outro afago ali e aos poucos alguns vereadores foram mudando de lado (ninguém é de ferro).

A Divisão
Apesar da grande rejeição ao prefeito (93% das opiniões na enquete do blog DEVANEIOS classificaram a administração CM entre apática a catastrófica) três vereadores mudaram de opinião e rumaram “de mala e cuia” para seus braços cedendo aos apelos do “patrão”: Doxinha, Delegado Abelardo e Edilson, seguidos logo depois por Juscelino. Na ocasião o Neo (vereador Neiton Costa) se mostrava na mais arraigada oposição onde acusava o Prefeito de traidor do povo, caloteiro (não cumpridor dos compromissos) e de não atender às reivindicações dos vereadores. Até então, o grupo independente se mostrava consistente, mas já não era unânime.

Mais Apelos
Matheus não estava satisfeito e precisava da maioria para fazer o que queria com o aval da Câmara. Começaram as negociações e, nos bastidores, foi costurado um acordo com o vereador Neo: alguns carinhos em troca do dossiê que a Jornalista entregou para ser analisado pela Câmara. E assim parece ter acontecido. O vereador, que se dizia tão firme, afirmando que Matheus era “inábil política e administrativamente”, mudou e passou a ver suas habilidades que vinham acompanhadas de carros, terreno e casa (segundo denúncias de membros de sua própria família e assessores). Assim, mesmo sem o absolutismo, Matheus já estava com a maioria.

Outras Tentativas
Matheus, não satisfeito, é claro, investiu na conquista de mais dois vereadores: o Cacau e o Cabeção. Não ficando muito claro os motivos (que não foram revelados) só não queria os vereadores Boneco e Tião. As conversas e ofertas pareciam até tomar um rumo favorável ao prefeito se não tivesse acontecido o desastroso incidente do espetáculo etílico no Francês. O resultado foi uma rejeição mais acentuada do grupo dos quatro que, aliada ao que foi definida como “arrogância do Prefeito”, deu fôlego a novas negociações opositoras e trouxeram de volta o Vereador Juscelino.

Revolta
O grupo, agora novamente dos cinco (Cacau, Cabeção, Tião, Boneco e Juscelino), se coloca hoje mesmo como oposição, quase revolta, ao presidente da mesa diretora da Câmara, pelas “evidentes traições a seus colegas e pelos atos considerados espúrios que fogem aos princípios do homem público”. Esses mesmos vereadores, segundo comentários, afirmaram em reunião com o sogro do prefeito, que não existe oposição com relação a Matheus e sim uma perfeita independência para que possam cumprir a risca suas funções como representantes do povo e fiscais dos seus atos. Ao que parece a realidade não é bem assim.

Tentativas
O ex-prefeito Danilo Dâmaso ainda tentou costurar um acordo para que não houvesse o racha da Câmara e uma possível perda de mandato do atual presidente. Segundo dizem motivos e provas não faltam. Intermediado por Osvaldo (Pato Rouco), procuraram amaciar Neilton Costa para ele retroceder de seu casamento com Matheus, mas tudo foi em vão. O atual presidente não quis saber de divórcio. A proposta teria sido a de que o vereador Neilton deveria renunciar ao cargo, mas antes deixaria assinada a abertura de um processo de impeachment contra Matheus. Este ato possivelmente provaria seu desligamento do prefeito e garantiria sua permanência como vereador.

Os Novos Rumos
O Grupo dos Cinco - G5, buscou apoio e orientação junto ao Deputado Sergio Toledo, futuro sogro do Vereador Cacau, com quem se reuniu em sua fazenda no vizinho estado de Sergipe, bem longe de possíveis influências daninhas locais. E foi de lá, junto a algumas sugestões daqui, que surgiu o possível rumo a ser tomado tendo em vista que, mesmo diante das provas, o caminho jurídico seria longo e, consequentemente inócuo para uma solução rápida que a crise do momento exige. Como o objetivo passou a ser a tomada da mesa diretora, os três membros da atual direção da casa deverão, tão logo se extinga o recesso, renunciariam aos seus cargos. Com a vacância da maioria dos cargos a mesa passa a ser considerada extinta exigindo nova eleição. Tendo o G5 a maioria, fica claro quem deverá assumir os destinos do legislativo, ou seja, mais uma dor de cabeça no prefeito.

Prognósticos
Parece que hoje já se pode conjecturar sobre a definição da nova mesa diretora. Ao que parece o Vereador Cacau deve assumir a presidência e ser acompanhado de Boneco, Juscelino e Cabeção. Se aposta ainda numa presidência de Cabeção acompanhado de Boneco, Juscelino e Tião. O certo é que todos poderão assumir o comando da nova mesa. O que realmente se faz necessário é que os propósitos do G5 perdurem e concretizem o que está planejado. A certeza de hoje é que os candidatos do próximo pleito que terão a maioria dos apoios políticos em MD não serão os escolhidos pelo prefeito Matheus. Os nomes definidos hoje são os do Deputado Sergio Toledo, Heloisa Helena, Pinto de Luna e Ronaldo Lessa.